7 de abril de 2009

"Dá Licença?"


22hs. Saída da faculdade.

O último ônibus sai do terminal - que fica a 20m - às 22:30hs. Até as baratas da barraca de tapiocas da Nane sabem disso. 

22:01hs. Vem o ônibus. Com um passageiro. Os ônibus têm quarenta e quatro assentos. São quarenta e quatro pessoas sentadas. E tinh apenas um. O ônibus freia. Oito pessoas se direcionam para a porta, entre elas um senhor, lá pelos seus 70 anos, obeso mórbido. As outras sete pessoas são estudantes, na faixa dos seus 22-24 anos, magérrimos. Super na moda.

O primeiro estudante sobe. O próximo era o senhor. De repente, um braço branquinho e com pulseiras da Braccialeto barra o tio, seguido pelo brado:

"Dá licença? Vamos, meninas. Subam." 

O senhor esperou, pacientemente. Subiram todos, inclusive eu. Eram oito. Oito, para quarenta e quatro lugares. Aliás, quarenta e três. Tinha um sentado, já falei?

Eu sento, e os comentários acerca do fato logo afloraram.

"Porque fazer isso? Por que barrar um senhor se a bagaça tá totalmente vazia? Não dá pra entender. Se tivesse cheio, vá lá... Mas vazio? Por que a doida faz isso, velho? Precisava de um negócio desses?"

Logo, o assunto morre, até por que o tio dormiu na cadeira. E parece que quando as pessoas dormem dentro dos ônibus, viram uma espécie de organismo nefasto, bando de vagabundos. Vai babar em cima de mim, velho decrepto e gordo.

Mas ele estava sentado sozinho. Todos os que entraram estavam. Afinal, haviam  quarenta e três lugares vazios. Mas ele estava dormindo. Lugar de dormir é escondido dos outros, e não dentro do ônibus. Que absurdo. E ele é gordo e velho. Um peso morto. Deve até fazer com que o ônibus ande mais devagar.

Esse tipo de pessoa que colocou o braço, barrando o da gordura lá (gordo nunca tem nome, é foda) é o mesmo tipo de gente que ouve cantada e despreza o pobre falador, que se expôs ao ridículo. É o mesmo tipo de pessoa que, quando entra no mesmo ônibus e este está lotado, recebe a oferta de senhores gordos pra segurar suas coisas e nem agradecem.

Resultado: Desceu 8 pontos depois. 8 pontos. Isso dá... 5 minutos?

E ainda usa pulseira braccialeto. Arranca os pêlos do braço Francamente.

2 comentários:

Paulo Oliveira 12 de abril de 2009 às 08:58  

Um dia essa moçoila também será gorda. Gorda! E ela vai lembrar dessa história pra sempre. Braccialeto, é? Que moral tem uma pessoa que (ainda) usa braccialeto? Ah, vá pros caralhos.

Anônimo,  17 de abril de 2009 às 14:10  

Mau, não entendi. Essa mulher não deixou o veinho entrar no ônibus?